Apontado desde o início como um dos favoritos ao título da Libertadores desta temporada, o Palmeiras viu sua grande obsessão se transformar em frustração na noite de quarta-feira, quando venceu o Barcelona de Guayaquil por 1 a 0, na arena, mas deu adeus ao torneio sul-americano nas cobranças de pênaltis.
A verdade é que, de março a agosto, datas da primeira e última partidas do time na competição, o Verdão não conseguiu embalar e dar ao torcedor confiança de que o caminho para o bicampeonato era um trajeto seguro e real.
Investimento
Foram mais de R$ 100 milhões em contratação para 2017, mas o Palmeiras chegou ao mês de agosto precisando improvisar em algumas posições. Na ausência do machucado Mayke, por exemplo, Tchê Tchê foi deslocado para o setor no jogo de volta das oitavas. Do outro lado, Egídio ganhou sequência mesmo questionado por parte da torcida – Michel Bastos, Zé Roberto e Juninho também atuaram pelo setor e não se destacaram.
Maior contratação da história
Miguel Borja desembarcou como candidato a ídolo da torcida. Reforço de cifras históricas (US$ 10,5 milhões por 70% dos direitos), foi buscado por milhares de torcedores no aeroporto de Guarulhos e até carregado nos ombros. Dentro de campo, porém, a frustração é proporcional ao investimento. Após 30 jogos, foram apenas sete gols marcados e posição cativa no banco de reservas. O tão citado problema de adaptação não é mais desculpa para a falta de protagonismo do atleta, que foi eleito o melhor da América do Sul no ano passado.
Mudança de comissões
Campeão brasileiro, Cuca deixou o clube em alta no ano passado. Para o lugar, o clube apostou na contratação de Eduardo Baptista, que dirigiu a equipe por cinco partidas na Libertadores. Após sofrer sua primeira derrota no torneio, em Cochabamba contra o Jorge Wilstermann, foi demitido pela diretoria palmeirense. O retorno de Cuca, que era para ser a salvação, acabou obrigando o elenco a ser reformulado e remontado durante a temporada. No fim, o Verdão chegou ao mês de agosto sem um time titular definido.
Problemas internos
O áudio de Felipe Melo vazado na internet que mostra o volante criticando e ofendendo o técnico Cuca foi o ponto final de uma novela envolvendo o volante e o treinador. Por questões táticas, o comandante do Verdão nunca foi fã de Felipe Melo, tanto que já o havia escalado fora de posição e até o deixado no banco. Após a eliminação contra o Cruzeiro na Copa do Brasil, porém, a própria diretoria colocou um ponto final na trajetória do atleta no clube.
Treinamento
É verdade que Cuca não teve tempo para treinar o time. Desde que chegou ao time, no início de maio, ele só a primeira semana livre para trabalhar com o elenco. Mas nem o retiro para Atibaia nem a decisão de poupar os titulares antes das partidas contra Cruzeiro e Barcelona de Guayaquil deram resultado. Mas, depois de testes, era esperado um desempenho superior ao que o time vem apresentando. Ao contrário do ano passado, quando o time palmeirense crescia de produção em momentos decisivos, o Verdão de 2017 ainda busca afirmação.
Falta de referência
A constante mudança de titulares mostra um pouco da procura palmeirense por uma identidade na temporada. No gol, o ídolo Fernando Prass deu lugar a Jailson. Na defesa, Mina, Edu Dracena e Luan vêm se revezando. No meio, Felipe Melo foi afastado, e Guerra vive de altos e baixos. Nas laterais, muitos questionamentos, alguns testes e nenhum titular absoluto. A esperança de dias melhores veio justamente nos últimos jogos, com duas atuações de 45 minutos de Moisés, que voltou aos gramados cinco meses após grave lesão no joelho.
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